Falar do Brasil é fácil e de
seus preconceitos também. Poderíamos fazer uma retrospectiva em nossa historia,
mas se não quisermos ir muito longe, é só acompanhar os fatos do dia a dia. Poderíamos
também analisar o porquê as coisas são diferentes no Canadá ou mesmo na
Noruega, mas como não conhecemos estas realidades e sim a que vivemos, vamos nos
deter em nosso quintal. É mais prudente e inteligente.
Em algum momento de nossa
historia alguns seres (não se sabe quem, ao certo) criou umas frases de efeitos
e elas vêm se tornando quase uma máxima em nossa cultura popular, que é mais ou
menos assim, "o brasileiro é um povo cordeiro e amistoso que recebe todos
de braços abertos", "Deus é brasileiro", "Brasil: O país do
futebol e do carnaval", dentre outras que pinta o Brasil como o melhor
lugar do mundo para se viver. Realmente, parafraseando outro ditado popular,
isso aqui é quase um paraíso na terra, com suas praias e um clima maravilhoso,
não dá pra negar.
Mas quando olhamos os
números de feminicidio, o déficit negativo de ascensão do negro brasileiro, e
vemos também que o Brasil é o país que mais mata indígena no planeta, aí
observamos os casos de violência contra grupos LGBT, quando paramos para
pensar, só depois de mais de quinhentos anos, a empregada doméstica, que é a "mucama
moderna", ganhou status de trabalhador com direito em carteira de
trabalho. Podemos constatar que existe, no mínimo, algo errado nessa sociedade
tão imaculada.
Com perdão da redundância,
sociedade é feita de pessoas e não é feita da minoria, diga-se de passagem. Portanto,
existe uma grande dose de preconceito e hipocrisia nesta sociedade, mas como a
maioria dos preconceituosos não se admite como tal. Segue-se a humanidade Brasileira
criando seus rótulos feios e bonitos, brancos e pretos, gordos e magros, e
assim por diante.
Por: Jota Santos