Correspondente: Sylvia Smetday
No coração de Paris, dentro da Igreja de
Saint-Sulpice, encontra-se um antigo dispositivo astronómico conhecido como
gnómon. Este instrumento, utilizado para medir a posição do sol no céu, é
composto por uma linha meridiana em mármore branco e latão que atravessa o
transepto da segunda maior igreja da cidade. Criada por vontade de
Jean-Baptiste Languet de Gergy, na época pároco de Saint-Sulpice, e realizada
pelo relojoeiro inglês Henry Sully, a estrutura foi originalmente destinada a
estabelecer a hora astronómica exata para marcar melhor os toques dos sinos.
Apesar da morte de Sully em 1728, o projeto foi concluído pelo Observatório de
Paris no ano seguinte.
A atração principal do gnómon é o disco de luz que
atravessa esta linha meridiana ao meio-dia verdadeiro, marcando a hora local do
meio-dia. O disco solar cruza a linha dependendo da altura do sol no céu,
variando ao longo do ano. Em particular, durante o equinócio, o sol alinha-se
perfeitamente com um disco de ouro colocado em frente ao altar. No final da
linha meridiana encontramos uma placa de mármore que marca a posição do sol no
solstício de verão e um obelisco que recebe luz perto do topo durante o
solstício de inverno. A função deste instrumento, agora ultrapassado pela
evolução tecnológica, continua a ser um fascinante elo com o passado
astronómico e religioso da cidade.
São Sulpício nasceu na cidade de Vatan, na França.
Como Santo, seus epítetos são: o Pio, o Bondoso e o Piedoso. Foi bispo de Bourges,
no ano de 624. Também, como capelão, serviu ao exército do rei Clotário II.
Durante sua vida dedicou-se à catequização e à pregação. Faleceu em 644, na
cidade de Bourges, França.
Meridiano de Saint-Sulpice foi por muitos séculos
o ponto “0” na marcação da longitude. Somente em 1884, o ponto “0” foi
transferido para o meridiano de Greenwich, na Inglaterra. A mudança ocorreu na
Conferência Internacional do Meridiano, realizada em Washington D.C., Estados
Unidos. Nessa conferência ficou decidido que a diferença entre um fuso é de 15°
entre dois meridianos e, o fuso “0”, seria o de Greenwich. Estabeleceu-se
também que ao todo, são 24 fusos, 12 a leste e 12 a oeste. Essa decisão só foi
acatada pela França e pelo Brasil somente em 1911.





Muito interessante essa redação. Gostei muito. Parabéns
ResponderExcluirUau! Que interessante! Quanta história! Gostei demais de conhecer!
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