domingo, 12 de outubro de 2025

EM PARIS O VERDADEIRO SEGREDO DA IGREJA DE SAINT-SULPICE

     Foto: Sylvia Smetday

Correspondente: Sylvia Smetday

No coração de Paris, dentro da Igreja de Saint-Sulpice, encontra-se um antigo dispositivo astronómico conhecido como gnómon. Este instrumento, utilizado para medir a posição do sol no céu, é composto por uma linha meridiana em mármore branco e latão que atravessa o transepto da segunda maior igreja da cidade. Criada por vontade de Jean-Baptiste Languet de Gergy, na época pároco de Saint-Sulpice, e realizada pelo relojoeiro inglês Henry Sully, a estrutura foi originalmente destinada a estabelecer a hora astronómica exata para marcar melhor os toques dos sinos. Apesar da morte de Sully em 1728, o projeto foi concluído pelo Observatório de Paris no ano seguinte. 

 

A atração principal do gnómon é o disco de luz que atravessa esta linha meridiana ao meio-dia verdadeiro, marcando a hora local do meio-dia. O disco solar cruza a linha dependendo da altura do sol no céu, variando ao longo do ano. Em particular, durante o equinócio, o sol alinha-se perfeitamente com um disco de ouro colocado em frente ao altar. No final da linha meridiana encontramos uma placa de mármore que marca a posição do sol no solstício de verão e um obelisco que recebe luz perto do topo durante o solstício de inverno. A função deste instrumento, agora ultrapassado pela evolução tecnológica, continua a ser um fascinante elo com o passado astronómico e religioso da cidade.

São Sulpício nasceu na cidade de Vatan, na França. Como Santo, seus epítetos são: o Pio, o Bondoso e o Piedoso. Foi bispo de Bourges, no ano de 624. Também, como capelão, serviu ao exército do rei Clotário II. Durante sua vida dedicou-se à catequização e à pregação. Faleceu em 644, na cidade de Bourges, França.

Meridiano de Saint-Sulpice foi por muitos séculos o ponto “0” na marcação da longitude. Somente em 1884, o ponto “0” foi transferido para o meridiano de Greenwich, na Inglaterra. A mudança ocorreu na Conferência Internacional do Meridiano, realizada em Washington D.C., Estados Unidos. Nessa conferência ficou decidido que a diferença entre um fuso é de 15° entre dois meridianos e, o fuso “0”, seria o de Greenwich. Estabeleceu-se também que ao todo, são 24 fusos, 12 a leste e 12 a oeste. Essa decisão só foi acatada pela França e pelo Brasil somente em 1911.



2 comentários:

  1. Cleide Oliveira12 outubro, 2025 12:28

    Muito interessante essa redação. Gostei muito. Parabéns

    ResponderExcluir
  2. Uau! Que interessante! Quanta história! Gostei demais de conhecer!

    ResponderExcluir