Os resultados revelam um forte desejo de controle
e autonomia por parte dos brasileiros: 84% afirmam acompanhar seus gastos
mensais — acima da média global de 79%. Também houve avanço em termos de
planejamento: 47% dos brasileiros dizem conseguir poupar o suficiente para
cobrir suas despesas por até três meses.
Por outro lado, a pesquisa evidencia uma lacuna
importante: 84% dos entrevistados gostariam de ter aprendido educação
financeira na escola, mas não se lembram de ter tido esse acesso. No Brasil,
esse número sobe para 91%. Ainda assim, os brasileiros acompanham a média global
ao apontar a educação financeira como a segunda disciplina mais relevante no
currículo escolar — ficando atrás apenas da Matemática.
Os entrevistados também revelaram uma tendência,
em nível global, a acreditar que têm um bom conhecimento de assuntos financeiros:
73% dos entrevistados afirmam ter confiança em sua capacidade de gerir suas
próprias finanças – em linha com a média global, de 72%. Porém, há um
descompasso entre autoconfiança e entendimento real, exposto a partir das
respostas a duas perguntas sobre conceitos básicos de economia.
A primeira questão avaliava o entendimento sobre
inflação: “Suponha que a taxa anual de inflação no seu país caia pela metade,
mas permaneça acima de zero. O que acontecerá com o custo geral de bens e
serviços daqui a um ano?”. A resposta correta era que os preços continuariam
subindo, mas em ritmo mais lento. A maioria dos entrevistados totais (68%)
errou a resposta. No Brasil, o índice de erro chegou a 73%, indicando
desconhecimento sobre o impacto da inflação positiva.
A segunda pergunta abordava juros: “Quanto
dinheiro você esperaria ter se colocasse US$100 em uma conta poupança com juros
anuais de 2%, após um ano?”. A alternativa correta era que o valor seria mais
de US$100, considerando o rendimento. Na média global, 48% dos entrevistados
erraram a resposta, e esse índice sobe para 67% no Brasil, evidenciando uma
fragilidade no entendimento de conceitos financeiros básicos.
“A principal conclusão a que chegamos, a partir de
um dos maiores levantamentos já feitos globalmente sobre educação financeira, é
que este tema materializa um desejo e uma necessidade da maioria da sociedade.
Vemos isso em todos os países em que temos presença, e especialmente no Brasil,
onde há uma clara oportunidade de evoluir em nossa atuação”, afirma Mario Leão,
CEO do Santander Brasil. “Como agentes financeiros, temos um papel fundamental
neste processo, porque somos capazes de mobilizar agentes públicos e privados
para levar conhecimento financeiro à população.”
Embora a participação em ações formais de educação
financeira ainda seja baixo, o Brasil aparece acima da média: 27% dos
entrevistados afirmam ter feito algum curso sobre o tema, ante apenas 20% no
conjunto dos países. Mesmo assim, a população reconhece os benefícios de
acumular.
Foto: Divulgação

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