Para celebrar as três décadas divertindo o público
sem deixar de honrar o legado do pai, Altemar Dutra, o showman planeja novo
álbum, um show gravado e projetos pelo Brasil inteiro, com shows memoráveis e a
retomada da carreira internacional.
Dos testemunhos da infância com reuniões de
grandes nomes da música na sala de sua casa, aliados à vivência nos bastidores
de uma época de ouro até os tempos como campeão de kickbox, a descoberta da
vocação não foi tão rápida, mas o trazem até a honrosa marca de 30 anos de
trajetória, celebrada neste 2025.
A história do cantor Altemar Dutra Jr., 56 anos,
que traz no DNA os ritmos e a afinação dos pais, Altemar Dutra (1940-1983) e
Martha Mendonça, é de bons encontros, respeito ao tempo e principalmente,
talento para entreter. “Não foi fácil, mas nem vi passar. Faria tudo de novo.
Fiz tudo com tanto tanto amor, envolvimento e carinho porque é a minha vida,
né?”, celebra o intérprete, um verdadeiro showman que quando sobe ao palco,
perde toda sua timidez para encarar uma maratona musical eclética como se
estivesse se alimentando de um elixir da juventude eterna.
Viver de música fazendo música de qualidade, está
na essência de seus shows – que trazem na memória afetiva de garoto dos anos
1980, hits de Lobão, Marina, Tim Maia, Titãs, Paralamas e Ira; os boleros do
pai; as canções marcantes de Frank Sinatra e até mesmo as marchinhas de
carnaval -, que nesses 30 anos se transformaram em uma espécie de autobiografia
da vida do cantor. “É uma responsabilidade muito grande, um legado. Meu público
vai ao show para sentir a emoção que eu também sinto. Sei o quão importante é a
música e como ela mexe com o emocional das pessoas”, analisa, falando do
sucesso que é medido na quantidade de shows realizados Brasil afora além das
inúmeras gravações, participações em programas de rádio e TV, aparições na
imprensa e parcerias nos palcos com Cauby Peixoto, Noite Ilustrada, Silvio
Caldas, Agnaldo Rayol e Agnaldo Timóteo, entre outros.
Altemar Jr. conviveu com o pai apenas 14 anos, mas
o dom, a genética e a memória foram representativas na decisão. “Para mim, foi
muito natural. Eu nunca imaginei que teria que ser diferente. Não imaginava que
eu teria que falar ‘agora você é cantor’, ‘agora vou virar uma chave’. Quando
resolvi viver da música, minha mãe, que ainda é viva, falou que se eu quisesse
realmente ser cantor, teria que me profissionalizar”, relembra Altemar Jr., que
teve contato desde muito cedo com baluartes da música e da televisão.
Conviveu com Chacrinha, Hebe Camargo e Adoniran
Barbosa, além da família que também era musical. “Chacrinha era padrinho da
minha irmã. Uma vez, eu era moleque, estava dormindo à tarde e, quando acordei
fui para sala, e lá estava ele no sofá de casa deitado, dormindo. Eu e minha
irmã acompanhamos muito minha mãe nos programas do Bolinha, Silvio Santos e do
Raul Gil, todos esses caras.
A Hebe foi minha madrinha, inclusive, me ajudou no
começo da carreira”, conta ele, que se considera uma versão 2.0 do pai.
“Esteticamente, tem gente que acha que nos parecemos, mas discordo. Acho que a
semelhança é no timbre de voz e no vigor em cima do palco”, compara. Opiniões à
parte, ele tem sua identidade própria, já que as personalidades são muito
diferentes.
Nesse período de uma linda história cantada,
Altemar Jr. lançou seis álbuns: “Transparente” (1997), “Agora Eu Sei” (1999),
“Contradições” (2001), “Canção do Nosso Amor” (2006), “Santo Manto” (2012) e
“Sentimental nós Somos” (2014), tendo no terceiro disco uma proposta de novos
arranjos para boleros e, no último, um tributo ao pai com os maiores sucessos
dele. Dentre os momentos mais memoráveis está a gravação do religioso “Santo
Manto”, baseado em sua experiência e caminhada na fé católica e que também o
levou a conhecer Jerusalém, em Israel, e que em 2013 ganhou uma versão em DVD.
Os shows também estão nesse repertório de
lembranças trazidas nos 30 anos, como a abertura para Julio Iglesias em Recife,
Pernambuco; o primeiro show internacional em Punta del Este, no Uruguai;
seguido de três turnês em Angola; e, finalmente, na apresentação a convite da
Unesco, em Paris, França.
Em celebração aos 30 anos de carreira, que se
estenderão até 2026, Altemar Jr. prepara uma série de ações especiais para
marcar essa trajetória. A comemoração inclui uma turnê com shows marcantes com
set lists especiais, o lançamento de dois álbuns inéditos e um DVD comemorativo.
E não para por aí: Altemar Jr também quer
revisitar um momento marcante da sua história – sua primeira ida a Cuba, nos
anos 1990, onde gravou o primeiro álbum da carreira. A ideia é voltar a Havana
e reviver essa fase tão marcante com novos sons e muita emoção. “É uma energia
divina. Agradeço pela oportunidade de ainda estar na ativa. E o que quero para
mim é daqui 30 ou 40 anos estar no palco ainda, com voz para continuar
emocionando as pessoas”, planeja Altemar Jr., afastando qualquer mínima ideia
de aposentadoria.
Foto: Divulgação
AMEI!!!!
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