domingo, 12 de fevereiro de 2023

MÉDICOS EM GRAVE: LEGAL OU IMORAL

Indo direto ao ponto, o Brasil é composto por muitos problemas, evidente que poderíamos citar uma lista enorme deles. Mas poderíamos escolher agora, de imediato, dois: saúde e educação, o assunto é extenso, histórico e complexo. Vamos fazer o seguinte, jogar par ou ímpar, ou escolher em ordem de importância, não, vamos escolher através do nosso conceito de prioridade. Então, pronto! Vamos falar de saúde, sem ela é impossível à educação funcionar. E aproveitaremos como pano de fundo, o risco de paralisação do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP).

“A decisão da paralisação partiu de médicos que se encontram inconformados com a falta de pagamentos e alegam, também, ausência de estrutura física adequada no hospital. Para isso, foi realizada uma votação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), com resultado acatado pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). A paralisação, já comunicada, está prevista para começar em até 30 dias. Mais de 100 médicos votaram na assembleia”. (DP)

Essa é aquela dita: “tragédia anunciada”. Sabemos que o direito a paralisação é um instrumento legal, de toda a categoria trabalhadora, isso não se discute. Mas podemos discutir, critérios. Paralisações nas áreas metalúrgicas, de transporte público, como a última grande paralisação que tivemos dos caminhoneiros, causam um transtorno incalculável, seja no setor econômico ou mesmo no desarranjo no dia a dia da população. Mas quando sabemos que existe centenas de pessoas, seres humanos que não são parafusos ou combustível que muitas das vezes dependem da generosidade, se é que poderíamos dizer que ser cuidado pela saúde pública, seja um favor, pois esse sistema é pago por todo o cidadão brasileiro pelos muitos impostos cobrados. Só para termos uma ideia da complexidade, no Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), existe uma fila difícil de dimensionar o tamanho, de mulheres esperando a mais de um ano, por uma cirurgia de mastectomía, o câncer de mama. Sim, os especialistas irão dá uma centena de explicações para que essa fila se perpetue. Lógico, o sistema está apodrecido.

Imaginemos o sofrimento de um ser humano com um câncer, em qualquer parte do corpo, fazendo as duras penas o seu tratamento, na esperança de uma cirurgia que poderá libertá-lo do risco de encurtamento da vida, chegando no dia da sua tão esperada consulta e encontra um aviso: “estamos em greve”, quase sempre sem previsão de retorno. Esse ser humano não tem direito a reivindicação, ele está entregue a própria sorte, talvez aqueles dias de paralisação seja até os seus últimos dias de vida, que poderia ser vividos, com menos dores. Doutor, pense um pouco...

Foto: Imagem de divulgação

Repórter: Jota Santos

 

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