Indo direto ao ponto,
o Brasil é composto por muitos problemas, evidente que poderíamos citar uma
lista enorme deles. Mas poderíamos escolher agora, de imediato, dois: saúde e
educação, o assunto é extenso, histórico e complexo. Vamos fazer o seguinte,
jogar par ou ímpar, ou escolher em ordem de importância, não, vamos escolher
através do nosso conceito de prioridade. Então, pronto! Vamos falar de saúde, sem
ela é impossível à educação funcionar. E aproveitaremos como pano de fundo, o
risco de paralisação do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP).
“A decisão da
paralisação partiu de médicos que se encontram inconformados com a falta de pagamentos
e alegam, também, ausência de estrutura física adequada no hospital. Para isso,
foi realizada uma votação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), com
resultado acatado pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). A
paralisação, já comunicada, está prevista para começar em até 30 dias. Mais de
100 médicos votaram na assembleia”. (DP)
Essa é aquela dita: “tragédia anunciada”. Sabemos que o direito a paralisação é um instrumento
legal, de toda a categoria trabalhadora, isso não se discute. Mas podemos
discutir, critérios. Paralisações nas áreas metalúrgicas, de transporte
público, como a última grande paralisação que tivemos dos caminhoneiros, causam
um transtorno incalculável, seja no setor econômico ou mesmo no desarranjo no dia
a dia da população. Mas quando sabemos que existe centenas de pessoas, seres
humanos que não são parafusos ou combustível que muitas das vezes dependem da
generosidade, se é que poderíamos dizer que ser cuidado pela saúde pública,
seja um favor, pois esse sistema é pago por todo o cidadão brasileiro pelos
muitos impostos cobrados. Só para termos uma ideia da complexidade, no Hospital
do Câncer de Pernambuco (HCP), existe uma fila difícil de dimensionar o
tamanho, de mulheres esperando a mais de um ano, por uma cirurgia de
mastectomía, o câncer de mama. Sim, os especialistas irão dá uma centena de
explicações para que essa fila se perpetue. Lógico, o sistema está apodrecido.
Imaginemos o
sofrimento de um ser humano com um câncer, em qualquer parte do corpo, fazendo
as duras penas o seu tratamento, na esperança de uma cirurgia que poderá
libertá-lo do risco de encurtamento da vida, chegando no dia da sua tão
esperada consulta e encontra um aviso: “estamos em greve”, quase sempre sem
previsão de retorno. Esse ser humano não tem direito a reivindicação, ele está
entregue a própria sorte, talvez aqueles dias de paralisação seja até os seus
últimos dias de vida, que poderia ser vividos, com menos dores. Doutor, pense um
pouco...
Foto: Imagem de
divulgação
Repórter: Jota Santos
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