Indo direto ao ponto,
acredito que todos concordam que já passou da hora de darmos um basta na
intolerância, desrespeito, racismo e tantos outros sentimentos indigestos a um
homem que tenha caráter e princípios, seja cristão ou simplesmente humano. A
cena bizarra protagonizada na tribuna dos deputados, por uma figura que foi
infelizmente eleito pelo povo, chamado de Nikolas Ferreira (PL-MG) que está
como deputado, mas sem a mínima postura de um representante popular, que com
uma fala transfóbica, ridicularizou mulheres e todas as pessoas trans do
Brasil, merece o repúdio de todos os brasileiros. A cassação de uma erva
daninha do meio político ou a retirada do joio do trigo, fará muito bem a saúde
democrática desse país que, desde o outro dia 08, o da tentativa de golpe,
deixou uma certeza: precisamos defender com unhas e dentes essa conquista que,
diga-se de passagem, não foi nada fácil conseguir. Até agora, estamos tentando
identificar esse personagem, não sabemos ao certo se é uma imitação esdrúxula
do outro sem noção, chamado Bolsonaro, ou talvez um palhaço sem graça, mas, de uma coisa temos a certeza, o Brasil não ganha nada com gente desse tipo.
Acompanhemos o que os parlamentares que respeitam a população, estão fazendo
para que comportamento dessa natureza não se repita:
“Deputados federais
do PSOL, PDT e PSB pediram, nesta quarta-feira (8), a cassação do mandato do
deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por suposta transfobia após discurso
no plenário da Câmara durante este Dia Internacional da Mulher.
A representação
protocolada pede ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que um processo
disciplinar seja instaurado no Conselho de Ética na Casa e que Ferreira seja
punido com a cassação ao fim de toda a análise. Na avaliação do grupo, o
deputado quebrou o decoro parlamentar.
Além da bancada do
PSOL, também assinam o documento as deputadas Duda Salabert (PDT-MG) e Tabata
Amaral (PSB-SP), os deputados André Figueiredo (PDT-CE) e Túlio Gadelha
(Rede-PE), e o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
Nikolas Ferreira
vestiu uma peruca durante discurso na tribuna da Câmara dos Deputados e falou
que se sentia uma mulher transexual e, por isso, teria “lugar de fala” no Dia
Internacional das Mulheres.
“Hoje, o dia
internacional das mulheres, a esquerda disse que eu não poderia falar, pois eu
não estava no meu local de fala. Então, eu solucionei esse problema aqui. Hoje
eu me sinto mulher. Deputada Nikole”, disse enquanto colocava uma peruca
amarela.
Ele prosseguiu
falando que as mulheres estariam “perdendo seu espaço para homens que se sentem
mulheres”. E que “eles estão querendo colocar uma imposição de uma realidade
que não é a realidade”.
O parlamentar disse
ainda que corria o risco de ir para a cadeia por transfobia por ter
parabenizado apenas as “mulheres [cromossomo] XX”. “É uma imposição. Ou você
concorda com o que eles estão dizendo, ou caso contrário você é um transfóbico,
homofóbico e preconceituoso”, falou.
Depois ele tirou a
peruca e disse que as mulheres não deviam nada ao feminismo. “Retomem sua
feminilidade, tenham filhos, amem a maternidade e formem sua família. Dessa
forma vocês colocarão luz no mundo e serão valorosas.”
A reação nas redes
sociais e no Congresso foi imediata. Parte dos parlamentares acusa o deputado
de transfobia.
Na representação
contra Ferreira, os deputados afirmam que, “como é possível depreender da fala
do deputado, o conteúdo de seu discurso tem caráter ofensivo e criminoso, uma
vez que direcionado a manifestar discriminação e ridicularizar pessoas
transexuais e travestis”.
“A declaração do
deputado federal Nikolas Ferreira é extremamente grave e atenta contra a ordem
jurídica e social fixada pela Constituição Federal; descumpre os deveres postos
no CEDP [Código de Ética e Decoro Parlamentar] da Câmara dos Deputados; agride
o disposto em diversos tratados e acordos internacionais que o país se
comprometeu a observar; e desborda, ainda, em ilicitude penalmente tipificada.
Sua prática, por conseguinte, é inconstitucional, ilegal e não compatível com a
ética e o decoro parlamentar”, acrescentam.
Arthur Lira publicou
em suas redes sociais uma “reprimenda pública” contra a atitude do deputado e
disse que o plenário “não é palco para exibicionismo”.
Foto: Imagem de
divulgação
Repórter: Jota Santos
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