Indo direto ao ponto,
a semana ainda não chegou ao fim, mas já podemos eleger o grande destaque, o
“racismo estrutural”, que insiste em permanecer na nossa sociedade, como um
câncer que mina um corpo doente. Mais dois casos, que não nos espanta, pois,
são tão corriqueiros, que já faz parte do nosso cotidiano. A que ponto a
barbárie do preconceito consegue chegar? As imagens estão circulando pela
internet, uma dona de casa, trabalhadora, mas que infelizmente aos olhos da
nossa sociedade, corroída por essa cultura maldita do racismo, ela tem um grave
defeito ou deficiência, é difícil mesmo entender a ótica distorcida do racista,
mas imaginamos que essa “anomalia”, seja, esta mulher ser preta. E como preta, tem que ser perseguida num supermercado, mas quem sabe se estiver nua, não
roube nada, não é seu segurança? O outro caso, uma mulher branca rememorando
seus tempos áureos, onde chicoteava os seus escravos, tentou matar a saudade
chicoteando um entregador com a cólera do seu cachorro. Além de uma reflexão
nacional, pois o Brasil precisa ser urgentemente passado a limpo, com leis
realmente severas, é preciso que os nossos presídios tenham, pelo menos, meia
dúzia desses racistas como hóspede, cumprindo penas de verdade, para servir de
exemplo aos milhares de racistas espalhados por esse pais. Acompanhemos os
destaques dessa semana:
“Uma mulher tirou a
roupa dentro de um supermercado em Curitiba, no Paraná, em ato de protesto após
ser perseguida por um segurança do estabelecimento.
O caso aconteceu na
sexta-feira (7). A vítima é a professora Isabel Oliveira, que foi ao
supermercado Atacadão, no bairro Portão, comprar leite para a filha e foi
seguida por um funcionário.
"Fui tratada
como se fosse uma marginal, fiquei sendo seguida pelo segurança do supermercado
por mais de meia hora. Isso não pode ser normal”.
O marido da
professora também estava no local e gravou o momento em que Isabel aparece de
calcinha e sutiã no supermercado, relatando ser sido vítima de racismo”. (FP)
“Entregadores
agredidos por uma mulher no Rio de Janeiro registraram em imagens os flagrantes
dos ataques que sofreram. A polícia registrou os casos como injúria.
A cena aconteceu na
tarde de domingo (9) em São Conrado, bairro nobre da Zona Sul do Rio, vizinho à
favela da Rocinha.
Sandra Mathias
Correia de Sá saiu para passear com o cachorro e encontrou um grupo de
entregadores.
“Quando ela chegou na
nossa direção, ela olhou para mim, olhou para a gente, e cuspiu no chão e
seguiu o caminho dela. Quando ela voltou , aí ela já foi e começou a arrumar
problema com a outra menina”, conta o entregador Max Angelo dos Santos.
“Você não está na
favela. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu, rapaz”, diz Sandra
enquanto agredia fisicamente a entregadora.
“Ela me xingou de
lixo, de favela, de um monte de coisa, nome feio. E chamando para briga e eu
não queria brigar. Eu falei: eu não quero brigar. Eu vou correr sim porque eu
não quero brigar”, conta uma entregadora.
Minutos depois ela
parte pra cima do entregador Max Angelo. Tira a coleira do cachorro e avança
sobre Max.
Max Ângelo é morador
da Rocinha e trabalha na informalidade como entregar há um ano e meio, desde
quando perdeu o emprego de carteira assinada. Depois de ser agredido, ele
passou por exames no Instituto Médico Legal.
Os hematomas ainda
estão nas costas dele. O caso foi registrado como injúria e a delegada vai
examinar as imagens para verificar se há crime de injúria racial.
A reportagem do
Jornal Nacional foi até o prédio onde ela mora que aparece no vídeo para ver o
que ela tem a dizer. Sandra foi avisada, mas não quis atender. Disse que não
vai dar entrevista”. (JN)
Fotos: Divulgação
Repórter: Jota Santos
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