sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

ETERNO

Indo direto ao ponto, podemos afirmar que Pelé e futebol, são a mesma coisa. O futebol sem Pelé jamais teria a mesma luz. Alguns jogadores nasceram para o futebol, mas o Pelé não, foi o futebol que nasceu para ele. Se fossemos escolher outra denominação para a palavra futebol, só uma palavra poderia substituí-la com a importância e grandeza desse esporte, a palavra com certeza tinha que ser “Pelé”. Partindo desse pensamento, quem morreu nessa quinta-feira, dia 29 de dezembro, de 2022, foi o Edson Nascimento, porque o Pelé, esse, é imortal. Se por um acaso ou desastre do destino, algum dia o Pelé morrer, com ele também morrerá o futebol, pois um não vive sem o outro. Todas às vezes que admiramos um gol de placa, um drible desconcertante, uma jogada fenomenal, é o Pelé que estamos, admirando e aplaudindo. Portanto, o nosso sentimento para os familiares e amigos do Edson Nascimento, que era um ser humano, com as virtudes e defeitos, inerentes a todo mortal.

Os mais jovens que estão lendo essa matéria, muito provavelmente estão pensando que estamos exagerando, vamos apenas mostrar um pouco da trajetória, do melhor jogador de todos os tempos, o eterno e insubstituível Rei do futebol, Pelé.

 

“Pelé foi a melhor representação do que é a Seleção Brasileira: futebol vistoso, gols e muitos títulos. A história do mineiro de Três Corações pelo escrete canarinho começa e termina de forma exitosa.

Pela Seleção, Pelé marcou 77 gols em 92 partidas oficiais. A CBF contabiliza amistosos contra clubes e seleções estaduais, aumentando os números do 'Rei': 113 jogos (84 vitórias, 15 empates e 14 derrotas) e 95 gols.

Estreia

Em 1957, aos 16 anos, o então jovem atacante do Santos foi convocado para disputar a Copa Roca, um tradicional torneio amistoso entre Brasil e Argentina, no Maracanã. Era a primeira vez dele com o escrete canarinho.

O técnico Sylvio Pirillo foi o responsável por oportunizar Pelé, que entrou em campo aos 20 minutos do segundo tempo. Bastaram apenas 11' em jogo para que a estrela do garoto brilhasse. Apesar do gol do mineiro, a Argentina venceu a partida por 2 a 1.

 

No segundo jogo da finalíssima, disputada três dias depois no Pacaembu, a Seleção Brasileira venceu a Argentina por 2 a 0, com mais um gol de Pelé, e se consagrou campeã da Copa Roca de 1957, o primeiro título do 'Rei do Futebol' pelo escrete canarinho.


Copa de 1958

Um ano depois, Pelé conquistou com a Seleção Brasileira a primeira Copa do Mundo. Embora com muitos craques (Didi, Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Djalma Santos, Vavá), a equipe nacional carregava um peso simbólico: o complexo de vira-lata.

A expressão foi criada pelo cronista Nelson Rodrigues para designar uma posição de inferioridade em que o Brasil se colocou em face do resto do mundo. O termo tem origem após a derrota na final da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, no Maracanã.

Foi Pelé e companhia que acabaram com esse vira-latismo. Aos 17 anos, o mineiro foi decisivo ao marcar seis gols na Copa da Suécia. Ele começou o Mundial no banco, mas ganhou a posição no terceiro jogo.

O craque mineiro marcou em todos os jogos eliminatórios daquela competição. Fez o gol solitário do 1 a 0 contra País de Gales, balançou as redes três vezes contra a França na goleada por 5 a 2 e marcou dois na vitória sobre a Suécia, por 5 a 2, na final da Copa.

Copa de 1962

Pelé e Garrincha eram as esperanças do Brasil para o bicampeonato mundial no Chile, em 1962. A campanha começou com o mineiro de Três Corações brilhando ao marcar um dos gols da vitória brasileira sobre o México, por 2 a 0.

Pelé jogou apenas 27 minutos da partida contra Tchecoslováquia. Em um lance, ele sentiu distensão do músculo adutor da coxa esquerda e não conseguiu se recuperar a tempo de voltar à competição.

Amarildo foi o substituto de Pelé e entrou bem. Ao todo, marcou três gols na Copa. Autor de quatro tentos e dribles geniais, Garrincha foi eleito o melhor jogador daquele Mundial. Vavá, Zito, Zagallo e Djalma Santos foram outros expoentes da conquista do segundo Mundial brasileiro.


Copa de 1970

A equipe brasileira que representou o Brasil na Copa do Mundo de 1970 é reconhecida até os dias de hoje como a melhor da história. E Pelé foi o símbolo principal de uma geração de craques (Carlos Alberto, Rivellino, Gérson, Jairzinho e Tostão, entre outros).

 

Antes da Copa do Mundo do México, Pelé já havia avisado que aquele seria o seu último Mundial. Embora com apenas 29 anos, ele era o único remanescente do time bicampeão mundial em 1958 e 1962.

O craque fez da sua despedida o que estava acostumado: gols e lances geniais. Pelé foi titular em todos os jogos da Seleção Brasileira, marcou quatro gols, contribuiu com seis assistências e foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo.

A Copa de 1970 também ficou marcada pelos lances geniais de Pelé. No jogo contra a Tchecoslováquia, na fase de grupos, ele arriscou um chute do meio-campo e por pouco não marcou um golaço.

Diante da Inglaterra (1 a 0), o 'Rei do Futebol' deu uma cabeçada para baixo, defendida de forma espetacular pelo goleiro Gordon Banks. No duelo contra o Uruguai (3 a 1), na semifinal, o craque aplicou um drible de corpo no goleiro Mazurkiewicz, mas errou a finalização. Essas jogadas são lembradas até hoje.

A despedida

Com apenas 31 anos, Pelé resolveu se despedir da Seleção Brasileira. Diante de um Maracanã lotado, com 138.575 pessoas, o Rei entrou em campo pela última vez em amistoso contra a Iugoslávia, no dia 18 de julho.

O jogo festivo terminou em um empate por 2 a 2. Pelé jogou bem, mas não balançou as redes. Gérson e Rivellino marcaram os tentos brasileiros. Dzajic e Jerkovic balançaram as redes para os iugoslavos.

Pelé deixou o campo e deu uma volta olímpica no Maracanã. Ele foi às lágrimas. Mesmo com 33 anos, preferiu não disputar a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Sem Pelé, o Brasil só voltaria a conquistar um Mundial em 1994.


Vamos parar por aqui, contar a trajetória do Rei toda, é impossível. Precisaríamos contar a história de cada um dos seus 1.282 gols e isso levaria muito mais tempo, do que os anos que ele passou para marca-los. Então vamos tentar resumir essa história com uma palavra sobre sua majestade. Simplesmente, eterno!

Foto: Imagem de divulgação

Reportagem: Jota Santos


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